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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Falta de correção da tabela do Imposto de Renda penaliza os trabalhadores

O governo arrecadou R$ 5,7 bilhões a mais entre 2007 e 2010 por não corrigir a tabela do Imposto de Renda (IR) de acordo com a inflação do período. Segundo simulações realizadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socio­­econômicos (Dieese), a média anual de arrecadação extra foi de R$ 1,4 bilhão. Nos últimos quatro anos, o governo atualizou a tabela em 19,25% – 4,5% ano a ano –, enquanto a inflação acumulada, considerando o IPCA, índice oficial de inflação do país, foi de 22,21%.
As Centrais Sindicais usam esses números para pressionar ainda mais o governo a atualizar a tabela do imposto em 2011. Por enquanto, a tabela segue os mesmos números de 2010, sem correção. Os sindicalistas reivindicam que o reajuste neste ano seja de 6,46%, o equivalente à inflação acumulada no ano passado considerando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Ontem, as centrais realizaram manifestações em diversas cidades e entraram com uma ação civil pública para requerer o aumento.
Se a reivindicação dos sindicalistas for aceita pelo governo, quem receber um salário de até R$ 1.596 em 2011 estará isento. Pelos números atuais, a isenção só é aplicada para quem recebe até R$ 1.499,15. Acima desse valor, é aplicada a alíquota de 7,5%, que vai até R$ 2.246,75. Com o porcentual reivindicado pelas centrais, o limite passaria a ser de R$ 2.391,89 (veja a tabela abaixo; clique nela para ampliar).
Segundo estudo do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), a tabela do Imposto de Renda está 64,10% defasada em relação à inflação acumulada de 1995 a 2009. Isso porque, nesse período, ela ficou congelada ou a correção esteve abaixo do porcentual da inflação. Segundo líderes sindicais, caso seja mantida a tabela congelada neste ano, a perda acumulada chegará próximo a 70%.
O problema de não atualizar a tabela do Imposto de Renda de acordo com a inflação é que isso acaba resultando em perdas para o trabalhador. Isso porque, mesmo que ele tenha tido seu salário apenas corrigido pela inflação, corre o risco de passar a pagar mais imposto. Além disso, sem a correção, quem obteve ganhos reais pode ver uma maior fatia desse dinheiro extra sendo consumido pelo imposto.
Por enquanto, o Planalto tem se mantido em silêncio em relação à atualização da tabela. De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda, a pasta ainda não tem estudos sobre o impacto do reajuste na arrecadação do governo. A assessoria ainda informou que só haverá um posicionamento em relação ao assunto de­­­­pois que o ministro Guido Mantega retornar de férias, no dia 27.
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2 comentários:

Rato Perdido!!!! disse...

Sempre a conta fica para o trabalhador. Está passando da hora de protestar contra essa atitude do Governo de avançar nos rendimentos do TRABALHADOR BRASILEIRO!!!!!
Que as entidades se movam na defesa dos seus representados de acordo com o propósito para que foram criadas.
Vamos lá SINDITEST!!!

Luis Otávio disse...

O nosso sindicato não vai comprar essa briga a favor do trabalhador.
Deve ficar só no comentário, bla, bla bla e mais nada.
O negócio deles é fazer reforma e transação imobiliária. Tanto é que já estão fazendo mais uma.